Sendo
reconhecida por ser uma razão diferenciada de todas as outras, aparecendo em
plantas, no corpo humano e possíveis galáxias, a Proporção Áurea começou a ser
aplicada em obras arquitetadas pela humanidade por diversos motivos
específicos, mas por um em especial, gerar a beleza estética. E como veremos a
seguir, a mesma aplica-se nas obras arquitetônicas, pinturas de variados
artistas e em variadas épocas, na literatura, cinema, música e novas
tecnologias.
- Arte
Obras Arquitetônicas
Além
de nomeados pintores e escultores, arquitetos também fazem parte deste grupo de
artistas que utilizam a proporção áurea para a construção de suas obras.
Podemos acompanhar, e desde os períodos mais antigos fazia-se o uso desta razão
para construir monumentos. Uma das obras mais conhecidas e antigas em que a
P.A. está presente é o Parthenon.
O Parthenon foi construído
entre 477 a 433 a.C. em Atenas, por Phídeas, um dos arquitetos mais importantes
da Grécia Antiga. O retângulo áureo aparece inúmeras vezes quando ajustado às
estruturas da obra.
Outro
monumento histórico possui a Razão Áurea em sua estrutura, o Taj Mahal, construído pelo imperador Shah Jahan, por volta de 1630 à 1652, em
homenagem à sua esposa, a qual faleceu ao dar à luz ao 14 º
filho. A Obra está localizada em Agra, na Índia, e foi reconhecida pela UNESCO
como patrimônio da humanidade, e mais tarde, como uma das Setes Maravilhas do
Mundo.
Mais
tarde, o artista Charle Jeanneret, mais conhecido como Le Corbusier, arquiteto,
urbanista e pintor de origem suíça, foi responsável por uma nova forma arquitetônica
moderna. Em uma viagem à Europa e na sua passagem para Alemanha, Jeanneret trocou
seus primeiros conhecimentos sobre a Razão Áurea. Depois isso, em uma viagem à
Grécia, especificamente à Atenas, pode conhecer a aplicação da Razão Áurea na
construção de diversos monumentos antigos. O mesmo elaborou o Modulor, foi um sistema de proporções
baseado na razão áurea e na sequência de Fibonacci.
O
Modulor foi desenvolvido entre 1942 e 1948, um sistema de proporções
elaboradas por Le Corbusier, baseado nas medições médias do corpo humano, tendo
como medida padrão de altura 1,83 m, o qual fez o uso da proporção áurea por
meio do retângulo áureo e da Sequência de Fibonacci.
Foi
elaborado objetivando dar harmonia estética para suas obras, das quais podemos
observar, nas figuras a seguir:
Le
Corbusier inspirou-se muito nas obras monumentais da Grécia Antiga, escrevendo
e publicando, em 1923, a coleção “Vers une architecture”, a qual apresenta
teorias sobre uma arquitetura moderna baseada em muitos edifícios antigos que
possuem a razão de ouro.
Pinturas
A
Proporção Áurea, por representar padrões estéticos de beleza, é muito utilizada
nas pinturas e esculturas, desde a época renascentista, pois os pintores
achavam que suas obras de arte trariam à população a harmonia estética mais
próxima da perfeição. E temos como exemplo de pintor, o famoso Leonardo Da
Vinci. Ele possui diversas obras de arte valiosas e bem estudadas por
historiadores, porém iremos estudar e relatar apenas duas de suas grandes
obras, a “Monalisa” e o “Homem Vitruviano”.
O Homem Vitruviano foi um
conceito originalmente desenvolvido pelo arquiteto grego Marco Vitrúvio Polião,
na coleção “Os dez livros da arquitetura”,
do qual o conceito herda a nomenclatura. Tendo sua obra escrita no século I a.C.,
e as copias na Idade Média, tanto os desenhos gráficos quanto as escrituras
perderam-se no tempo, sendo motivo, na redescoberta dos mesmos durante o
Renascimento, para arquitetos e artistas a interpretá-los de modo a reproduzir
novas representações gráficas conceituadas, dentre eles, destacando-se Leonardo
da Vinci, com a sua versão mais famosa do “”Homem
Vitruviano”.
Da Vinci tinha muito interesse de relacionar a arte com a ciência, porém
tinha medo de se equivocar. Ele direcionou seus estudos à Anatomia Humana, onde
anotava tudo em seu diário. Neste diário encontra-se, especificamente, um desenho de um homem no meio de um
quadrado e um círculo, ou melhor, conhecido como o Homem Vitruviano, o qual foi
elaborado com base nos estudos de Vitrúvio, de onde a obra recebe a titulação.
Segundo
o autor Mario Livio, em sua obra “Razão
Áurea – A História de Phi”, Da Vinci faz as seguintes observações, das quais
podemos notar na figura acima:
·
Um pé é a largura de quatro palmos.
·
A altura do homem é 4 antebraços, ou 24
palmos.
·
A longitude de um braço estendido de um homem
é igual à altura dele.
·
A distância entre a raiz do cabelo até o
queixo e 1/10 da altura do homem.
·
Do topo da cabeça para o fundo do queixo é
1/8 da altura de um homem.
·
A distância da raiz do cabelo até o topo do
peito é 1/7 da altura de um homem.
·
A distância do topo da cabeça para os mamilos
é 1/4 da altura de um homem.
·
A largura máxima dos ombros é 1/4 da altura
do homem.
·
A distância do cotovelo para o fim da mão é
1/5 da altura de um homem.
·
A longitude da mão é 1/10 da altura do homem.
·
A distância do fundo do queixo para o nariz é
1/3 da longitude da face.
·
A combinação de posições de braços e pernas
formam quatro posturas diferentes.
·
As posições dos braços em “cruz” e os pés são
escritas no quadrado.
·
A posição superior dos braços e das pernas é
escrita no círculo.
·
Para o nariz é 1/3 da longitude da face.
·
A longitude do rariz do cabelo para as
sobrancelhas é 1/3 da longitude da face.
·
A altura da orelha é 1/3 da longitude da
face.
Estas
observações extraídas do diário de Da Vinci permitem a conclusão de que todo o
desenho do Homem Vitruviano é
proporcional, de acordo com as proporções de ouro, intencionalmente, passando a
ideia de um homem perfeito nos conceitos de beleza da época (e, dependendo do
ponto de vista, até atual).
Também
chamada por A Gioconda, ou, Mona Lisa Del Giocondo, é uma das mais conhecidas
obras de Leonardo da Vinci, criada por volta de 1500, onde a razão de ouro
aparece entre seu tronco e a cabeça, e entre os elementos de seu rosto, como
mostra a figura abaixo.
Música
Incrivelmente a Razão faz-se presente também
na música. Aparece nas Sinfonias (n.°5 e n.°9) de Beethoven, e em outras várias
obras. Outro fato interessante é que o tempo de uma música pode ser analisado
como uma proporção, por exemplo, a razão entre os tempos de batida de bumbo e a
caixa de uma bateria.
O baterista de jazz Mark possui, em suas músicas, a
P.A., assim como o compositor húngaro, pianista, e investigador da música
popular da Europa, Béla Bartók, nascido por volta de 1880, utilizou por muitas
vezes a Razão Áurea em suas obras. - Manifestações Humanas e Novas Tecnologias
A
P.A. aparece constantemente na publicidade com a finalidade, de muitas vezes,
direcionar as atenções do olho humano à beleza estética (que pode passar
despercebida, admirada sem muitas explicações), como em logotipos de marketing, mercadorias diversas,
aparelhos eletro-eletrônicos, e afins.
A
Razão Áurea também é aplicada em tratamentos dentários, sendo muito utilizada,
onde proporciona maior beleza estética aos dentes.
Outro
fator curioso que acontece é o uso padrão da proporção divina por projetistas
internacionais, como na fabricação de cartões de crédito, pôsters, anúncios publicitários, jornais, revistas, fotos,
aparelhos eletrônicos, entre outros. Um bom exemplo para ilustrar o que
afirmamos é o logotipo da marca Apple,
feito a partir de medições de acordo com a proporção áurea:
Outro
exemplo em que a P.A. está presente por meio de projetos humanos são
fotografias (como na figura a seguir). O motivo é conferir beleza e harmonia às mesmas,
sendo extremamente utilizada quando este é o objetivo.
Mais
recente ainda foi a descoberta do uso da Razão Áurea em websites de redes sociais. Especificamente, o diretor da rede
social Twitter apresentou a
utilização da P.A. no design da rede:
Através
das ilustrações acima podemos notar um padrão harmônico e estético em aparelhos
eletrônicos no mercado internacional, que utilizou a Razão Áurea para fabricar
seus produtos de forma mais atrativa, de certa forma.